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Segunda-feira, 10 de Fevereiro de 2025

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Canal do Panamá 'não é uma concessão nem um presente' dos EUA, diz presidente panamenho após novas ameaças de Trump

José Raúl Mulino afirmou que 'o canal continuará sendo do Panamá'. Em discurso de posse, o presidente dos EUA reiterou promessa de retomar o controle da hidrovia.

Canal do Panamá 'não é uma concessão nem um presente' dos EUA, diz presidente panamenho após novas ameaças de Trump
G1
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O presidente panamenho, José Raúl Mulino, afirmou nesta quarta-feira (22) que o Canal do Panamá "não é uma concessão nem um presente" dos Estados Unidos. A declaração foi uma resposta às recentes ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou querer "retomar" o controle da hidrovia interoceânica.

Durante uma mesa redonda no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Mulino rejeitou as declarações de Trump: "Tudo o que o Sr. Trump disse é falso. O Canal do Panamá pertence ao Panamá e continuará a pertencer ao Panamá".

Ele acrescentou: "O Canal do Panamá não foi uma concessão ou um presente dos Estados Unidos. O Panamá está avançando e não se distrai com esse tipo de pronunciamento".

Ao ser questionado sobre uma possível invasão dos EUA, Mulino respondeu de forma incisiva: "Fala sério, fala sério". Após a declaração, ele se recusou a responder outras perguntas no painel sobre as "falhas estruturais" da América Latina.

Na última segunda-feira (20), durante seu discurso de posse, Trump reiterou a intenção de reassumir o controle do canal, sem descartar o uso de força militar. "A China está operando o Canal do Panamá e nós não o demos à China. Nós o demos ao Panamá e vamos tomá-lo de volta", afirmou.

Mulino destacou que o canal "não foi uma concessão de ninguém", mas o resultado de lutas populares e dos tratados assinados em 1977 pelo então presidente dos EUA, Jimmy Carter, que garantiram a entrega do canal ao Panamá em dezembro de 1999.

"Não se pode passar por cima do direito internacional público (...) para impor critérios em uma era muito distante da de Teddy Roosevelt", afirmou o presidente panamenho, referindo-se ao presidente americano que supervisionou a construção do canal há mais de um século.

A China, por sua vez, negou qualquer envolvimento na gestão do canal. Segundo a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, "a China não participa da administração e operação do canal e nunca interferiu em seus assuntos".

Apesar da polêmica, Mulino defendeu uma relação de cooperação com os EUA em outras áreas, especialmente na segurança. "Dessa crise podem surgir oportunidades para trabalharmos juntos em questões de interesse mútuo, como a segurança", afirmou. Ele citou a questão migratória na fronteira com a Colômbia como um dos principais desafios.

O Canal do Panamá, construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, tem os EUA e a China como seus dois maiores usuários atualmente.

FONTE/CRÉDITOS: G1
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